flaming lips

. foram buscar o seu nome a uma comédia de humor negro dos anos 60 ("what a way to go") que juntava no seu casting uma pequena galáxia de estrelas (Shirley MacLaine, Paul Newman, Robert Mitchum, Dean Martin, Gene Kelly, Dick Van Dyke) e que nos contava os sucessivos falhanços amorosos de uma típica jovem made in Nowheresville, U.S.A. (MacLaine) que busca incansavelmente a relação perfeita (encontrando fracasso atrás de fracasso como resultado perverso do sucesso profissional das suas caras metade). Um dos seus maridos (Kelly) é actor e morre (acidentalmente) às mãos dos seus fãs na premiere de um filme chamado FLAMING LIPS. Talvez temendo que o sucesso lhes pregasse as mesmas partidas que aos actores do filme onde basearam o seu nome, o GRUPO tem procurado fazer carreira à margem dos grandes circuitos comerciais e sempre demonstrando uma forte adesão a uma sonoridade marginal comme il faut. O último álbum tem o delicioso (e inesperado) título "Yoshimi Battles The Pink Robots". When you look inside all you'll see is a self-reflected inner sadness / Look outside I know that you'll recognize it's SUMMERTIME”

8 1/2

depois de o ver, recordei-me daquelas palavras do pecado original do álvaro de campos: "sou quem falhei ser / somos todos quem nos supusemos / a nossa realidade é o que não conseguimos nunca"

mulholland drive

ontem vi-o na cinemateca, o regresso de Linch às faces obscuras. Impressionante como nos faz temer a nossa própria humanidade: "it's a strange world" já o diziam no blue velvet

lugar

infelizmente, seremos sempre reféns daqueles rostos que reflectem o espaço onde fomos felizes (por um breve instante?)